quarta-feira, dezembro 17

Poesia sem nome, sem fôlego e sem intenção.



Quase sem fôlego começo a pensar
o que poderia escrever que fosse
sensivelmente sincero
ternamente saudoso,
infantilmente ingênuo,
suficientemente alegre
e amorosamente envolvente.


Me impulsiono em direção à folha
mas me faltam as palavras,
me sobram reticências
e me escapam os suspiros
pela boca ressequida e muda
que esquecera de dizer
o que era desnecessário
mas pungente e vivaz.


O que não era antes,
mas depois de cultivado
agora tem força arrebatadora
e dança velozmente por entre meus pensamentos,
sentimentos e palavras... palavras não!
Estas me faltam, fogem e flutuam
na velocidade do vento formado
nas turbulências dos meus suspiros.


As palavras sempre escoam
por entre o vácuo formado
pela falta e o vazio de você
e o tempo que se afasta
e me olha, encara e convence.
Convencer do quê?
Talvez apenas de que não importa
o quão sejam necessárias as palavras,
para que em um olhar eu me perca
e em um instante perceba
que mesmo sem saber o que seria perfeito
ou o que deveria ser escrito, ou dito,
sei o quanto sou capaz de sonhar!




Francine.

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