segunda-feira, agosto 4

Figuras de um protótipo de poema.





Vento, luz, som,

velocidade de substantivos.

Cérebro codifica imagem,

vista e paisagem: catacrese da vida,

ao visto que não é vivo.


Sangue, cada vez mais ativo

na palavra, do poema um cativo.

O coração pulsa sem contagem

Disparado, louco, frenético e sem limite.


Esfera, tinta e corpo,

treme, sua, trabalha.

A força se enfraquece,

a hipérbole não lhe atinge.

Escrever, cair ou fugir...

A falta da língua, do domínio

É a dúvida que lhe atinge.


Veneno e antídoto;

Paradoxo da verdade,

mocinho sem bandido:

É a vida quando corre,

quando corre sem sentido.


Tic-tac, o tempo

Onomatopéia sem fim.

A antítese sem filtro

sem parar dentro de mim.


Significados das palavras

quando nunca dizem sim.
A vida em verso confuso

que exprime tudo

em fundo um contido:

Em único a palavra

A palavra e seu (sem) sentido.


Francine.

Um comentário:

William Andreos disse...

Gostei desse poema bem bolado e ...gostei dos usos das figuras de linguagem