quarta-feira, abril 6

Antessala



Sala pequena, mesinha carregada de umas revistas com novidades e modas de três anos atrás, outras sem capas, sem páginas, todas sem me causar interesse, sem puxar meus olhos... muito menos minhas mãos. Ar condicionado e musiquinha calma, estrangeira, em volume que a forçava a se perder entre meus pensamentos, que se movimentavam tão rápido a quase se fazerem ouvir pela senhora da poltrona em frente, que vagarosamente desfolhava algo – não pude reconhecer, pela falta de atenção mesmo... tamanha quantidade de vozes em minha mente. Tantos problemas a serem resolvidos, tantas questões a serem pensadas e a agitação de não saber por onde começar. A expressão nervosa de tudo isso me fazia crer que o tempo da antessala passava vagarosamente pelas batidas dos ponteiros daquele relógio que eu não via, apenas ouvia... a pressa não me permitiu percorrer os olhos pela sala... “perda de tempo!”. Tempo que não passa o suficiente para eu ser chamado, mas que voa o suficiente para eu não dar conta de tudo o que deveria resolver hoje!