segunda-feira, janeiro 14

Reticências Iniciais.


...

Quero a caneta, o papel, a história, o poema
Assim como criança quando chora esfomeada
Mas quando antes da história
há um pré, já uma certa história,
nada mais me faz rir
Nem há a festa que brilhava em meus olhos;
É refletir o vão, o vácuo, o esperar...

O encantamento de um sonho
que falseava por entre meus pensamentos,
sentimentos, flores, ares, esperanças...
Morre deste modo, por entre meus dedos,
o versinho, que de fraco não viveu.
É por motivos estes
que me entoja a introdução
Náusea é, ao bailar suavemente
um prefixo em minha história
Reticências rimadas ou não.

Dou meu salto precursor,
Trêmulas as pernas que me fazem voar,
Voar diretamente ao meio,
para que não caia em profundo medo
apenas ao pensar em começo.
Me fascina a tentação do desenvolvimento,
que me hipnotiza até o ponto final, meu desfecho.
É então que sem poder, percebo...
Fui vencida pelo medo, domada pelo temor.
Antes, pois, de minha história, de meu querer,
já havia um pré: a caneta, o papel,
o desejo, o verso e as reticências...


Francine.